Monday, May 23, 2011

De viagens e afins.

Eu não sou eu.
Pelo menos recentemente, desde que me falaram de discurso e me puseram as primeiras palavras na boca. Não sou eu que as invento, nem que as transformo, nem tampouco escolho em que ordem saem nem que efeito terão. Não sou eu que me desloco, nem eu que ingiro oxigénio ou azoto ou monóxido de carbono. Eu não sou os nutrientes de que me alimento, ou as proteínas, ou os glóbulos que nadam aqui dentro, sejam eles de que cor forem.
Eu sou tudo, e tudo sou eu.
Tudo o que eu sinto, ou relembro, ou imagino passa por mim e toca-me, à distância de 5 galáxias e 3 Universos. Porque hesito então em deixar-me ligar? Não custa, não dói, e as marcas que deixa embelezam-me ainda mais. O passo mais fácil é este, a queda, porque trata de tudo por mim. É favor agarrar a corda e atá-la onde se achar melhor, pois só quando todos estivermos ligados é que a luz acende.
Eu sou todos, todos somos eu.

in bus from Nazaré
5-5-11

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