Friday, November 13, 2009

'O Fantástico Sr. Raposo', ou o cinéfilo sai da toca para ir ao festival

Há um tom alternativo ou independente na juventude cinéfila de hoje em dia. Por motivos que ainda desconheço, há uma predominância de tons escuros na escolha cromática destes futuros artistas, no que toca ao seu vestuário. Talvez isto se transponha para as suas obras e ideias, e talvez seja esta a causa da grande diferença entre cinema europeu e cinema americano, o primeiro mais contemplativo e parado e o último de reacção imediata e ritmo acelerado; um negro e outro colorido.
Para além da dita tonalidade na roupa há duas peças fundamentais no armário do jovem cinéfilo. A primeira é o que dá mais pontos na subida de nível intelectual, é o adereço que mais modifica a personalidade destes intervenientes. São, claro, os óculos. Os óculos, para além de tornarem um pobre sem-abrigo numa distinto erudito, fazem qualquer observador à sua volta pensar: 'Este gajo tem óculos, deve ler muito'. O segundo modelador deste perfil é uma combinação de dois artigos, um afamado 2 em 1. Falo do blazer por cima da t-shirt. Esta junção divinal permite-nos identificar um amante da 7ª arte a 100m de distância - o casaco fino de linho sobrepõe-se a uma t-shirt (preta, lá está) que normalmente contêm uma frase irreverente ou uma referência a um filme ou uma banda, quanto mais obscuros melhor. Há um terceiro elemento definidor mas é usado sazonalmente, daí não o incluir como obrigatório. Trata-se do cachecol, que quando bem associado ao combo blazer + t-shirt torna-se uma perigosa arma de sedução e engate.
Por isso já sabe, para evitar maus-entendidos e olhares reprovadores, num próximo festival de cinema previna-se, deixe a sua camisa de ocasião em casa e venha vestido a rigor. Quanto mais vampiresco melhor.

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