De tecnologias, e afins
Acho que há uma relação intrínseca entre o volume com que se fala ao telemóvel em público e a utilidade ou interesse do assunto para as pessoas à volta. Quanto mais de uma, menos de outra. Eu pertenço ao extremo minoritário de pessoas que não gosta de falar de assuntos pessoais ao telemóvel em público, com desconhecidos à volta. Por isso é que falo muitas vezes em código para o microfone, tão baixinho que pareço um rato. Não sei se é receio de alguém descobrir o que é que vou comer ao jantar ou se é apenas vergonha. Não gosto (mas rio-me) de pessoas a berrar para um tijolo que pisca a darem raspanetes auditivos ao filho ou a especificar em demasiado pormenor o que o médico disse sobre a infecção urinária ou que o estúpido do Miguel lhe chamou labrega e já não é a primeira vez e ela não admite que ele a trate assim. Com o volume que ditos fulanos usam para falar ao telemóvel, mais parece que estão a ligar para o número de emergência nacional a advertir um incêndio ou um assalto.
Mas no fundo todos queremos ser protagonistas deste teatro que é a vida. Não, isto é farsola. No fundo todos queremos ligar com desconhecidos. Ainda não. No fundo toda a gente usa os transportes públicos como sessão terapêutica. Pode ser.
Mas no fundo todos queremos ser protagonistas deste teatro que é a vida. Não, isto é farsola. No fundo todos queremos ligar com desconhecidos. Ainda não. No fundo toda a gente usa os transportes públicos como sessão terapêutica. Pode ser.
1 Comments:
Bem, no outro dia levei com uma que ia atrás de mim no comboio. Nem lhe via a cara. Mas fiquei a saber tudo do emprego novo, e mais cusquices... O pior é que a mesma lenga-lenga foi contada 4 vezes. Ligou para 4 amigas, uma a seguir à outra. E eu já sabia tudo de trás para a frente, com as vírgulas e tudo.
Acho que as pessoas se sentem sós nos transportes públicos e então agarram-se ao telelé...principalmente as mulheres, que até para ir à wc precisam de companhia.
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