O mitra, esse ser higiénico

Mitra pertence às mitologias persa, indiana e romana. Na Índia e Pérsia representava a luz (deus solar). Representava também o bem e a libertação da matéria. Chamavam-na de "Sol Vencedor". Entre os persas, apareceu como filho de Aúra-Masda, deus do bem gerado em uma virgem, a deusa Anahira.
in Wikipédia
É com grande admiração que observo os sub-grupos e nichos sociais deste nosso belo país, que ao tentarem afirmar-se com distinção nesta calçada de culturas, não deixam de provocar alguma curiosidade.
O mitra é uma fabulosa espécie. Neste retrato tento empreender os vários sub-géneros em que se desdobra, desde o 'mitra vulgaris' ao afamado 'mitra tunningus'.
Este ser preza muito pela sua aparência, tanto a nível de vestuário como na viatura que conduz. Pode ser adjectivado de superficial pois liga muito ao nome e à imagem da marca, nunca saindo de casa sem o chapéu Lacoste, preferencialmente em tons de rosa claro. Usa um vocabulário próprio, que é muitas vezes injustamente considerado como sendo arcaico e redutor, mas é na verdade uma verdadeira obra linguística que apesar de ser passada à muitos anos de geração em geração, consegue adaptar-se facilmete ao diálogo coloquial contemporâneo. Expressões como 'Tché, dread' (do grego dreadinis) e o uso frequente do verbo 'girar' (como em 'gira-te lá desse mambo') são bons exemplos de uma eloquência fabulosa. Infelizmente, outro traço que caracteriza o mitra é uma alimentação pouco cuidada e pobre em potássio e vitamina K, que se reflecte no aparecimento precoce de borbulhagem na testa e pescoço.
Mas o mais fascinante desta espécie é sem dúvida o seu enorme cuidado higiénico. Para onde quer que vá, o verdadeiro e puro mitra leva sempre consigo um pequeno mas útil necessaire. Por muito que a tonalidade deste objecto seja duvidosa ou que a obsessão pela marca Reebok seja condenável, ninguém pode menosprezar o sentido prático deste ser. A única dúvida é, pois claro, o conteúdo desta pequena mala afemininada. Não existe qualquer testemunho que consiga relatar com precisão o está guardado lá dentro, se o almoço, se as sapatilhas de futebol de salão ou flores para a sua mais-que-tudo. Por muito misterioso e enigmático que seja, o mitra é, e será sempre, um ser asseado.
4 Comments:
Tax a brincar kom a tua vida a xcrever estas merdas páh.
Se foxe a ti tinhah cuidado a paxear na rua nunca sabex kd podex levar uma xinada dread!
Uhm Ruca, acho que os mitras não falam à beto de cascais virtual, mas obrigado por deixares um comentário
Só gostava de dexar um elogio que é merecido ao autor desta reflexão. Está muito bom, bem escrito e criativo...Continua por favor, quero mais!
lol podes crer Nidius... que é isso? Uma mitra-beta?
Vou-te chamar MC Matilde Benavente...
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